moimeichego
30.8.11
Lua e Sol
E de teu sol, incenssáveis eram as flamas ardis cujo lânguido lambear acalentava meu celeste corpo, até que do pálido desalento de meu cosmo que degelou-se, liquefeito em lágrimas infindas, formou-se tão turvo rio.
Arguir-me-ias, então, amado, de todas as pessoas que nele se afogaram?
Pois de tudo, lembre-se antes, amado, que de dois astros que se colidem, o que há sempre de se restar é o vazio de um buraco negro, onde tão formosa luz que doutrora irradiava, doravante há de jazir.
(Dissipa-te, então, sepulcral e torvo mar de mim mesmo. Pois cabe à tua ínfima chuva desluzir agora a combustão de um sol inteiro.)
posted by Lucas Lara at 03:15
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